Powered By Blogger

Tuesday, August 29, 2006

Cuidado com a Religiosidade

Muitas vezes achamos muito bom, lindo e até tentamos imitar as pessoas ditas religosas, "santas" que procuram andar conforme os ensinamentos das sagradas escrituras.
Até que ponto tudo isso é importante, sem um coração quebrantado e convertido?
Nos enganamos muito, e é isso que a religião quer, nos manipular e fazer-nos enxergar que, uma vida "regrada" e dentro da obediência da igreja, é o que Deus quer de nós.
Grande engano, o que Deus quer de nós, é que O adoremos de corpo e alma, que O glorifiquemos e que possamos testemunhar do Seu amor e viver debaixo da Sua infinita Graça.

A religiosidade mata o ser humano e faz com que aos poucos a nossa identidade seja substituída pelas vontades dos líderes.

Do ponto de vista filosófico, nós somos o sujeito, o restante das coisas as quais convivemos são predicados, ou seja, nós mandamos, ordenamos, exploramos, descobrimos e escolhemos aquilo que é melhor para nossa vida. Chamamos isso de fenomenologia subjetiva. Na filosofia não há realidades em si, realidades ditas emancipadas ou independentes, estas vivem para nós e nós para elas. A realidade é apenas para reflexão, podendo ser descartada depois, e essa reflexão é feita de forma racional, aqui não há domínio, o que é objeto continua sendo objeto e o que é sujeito continua sendo sujeito.
Como exemplo posso citar o púpito de igrejas tradicionais, filosoficamente falando, ele continua sendo apenas um objeto utilizado para algo dentro daquela instituição, posso analisar, refletir, mas, nada mudará.

Na religião o quadro muda, pois, existem realidades em si, que chegam a dominar o sujeito, este, torna-se submisso a esta realidade que devido ao valor excessivo acaba por tomar "forma". Esta super- valorização consegue mudar a indentidade humana.
Diferentemente da filosofia, aqui a fenomenologia é objetiva, ou seja, está focada em um objeto(real ou inanimado) e este manda e indica os comportamentos. A relação aqui com a realidade deixa de ser racional para ser afetiva, poética e muitas vezes romântica. Aqui há uma entrega movida pelo coração e uma inversão de valores.
O sujeito vira predicado e o predicado sujeito.
Como exemplo, citarei o mesmo púpito que mencionei acima, dentro da religião, este deixa de ser um simples objeto de utilização humana, para ser algo sagrado, precioso e muitas vezes de difícil acesso.
Em muitas igrejas, pede-se para tirar o calçado para poder pisar naquele "lugar" santo.
Aí sim, verificamos que o objeto domina totalmente o homem, onde talvez até seus valores não incluam determinados ritus religiosos,mas, a força religiosa predomina sobre ele.
Olhando dentro da psicologia, tudo isso termina sendo um excesso de comportamento, onde o indivíduo deixa aflorar a sua cognição e assim suas atitudes são influenciadas.
A nossa parte cognitiva, corresponde aos nossos valores, crenças, princípios entre outros sentimentos abstratos que são concretizados a nível comportamental.
Porém, algo perigoso é quando o indivíduo tem a percepção de algo, faz sua leitura normal e devido a sua escravidão religiosa, consegue fugir do que seria sua verdadeira crença e mergulhar em um comportamento "irracional", focando a sua fé em tudo que a igreja impõe, menos no verdadeiro e genuíno evangelho, ensinado por Jesus Cristo.

Toda a religião é assim, citei o púpito (objeto geralmente utilizado em igrejas evangélicas) como exemplo apenas para esclarecer, mas, esta escravidão e inversão de valores estão presentes em todas as formas religiosas existentes. Se fomos entrar na história, iremos ficar abismados com a igreja Católica Apostólica Romana,onde praticamente todos os objetos ditos "sagrados", dominavam e dominam até hoje o homem.

Vamos prestar mais atenção no que estamos realizando e acreditando, e precisamos ter cuidado para não supervalorizar algo que para Deus não tem nenhum significado.

Deus abençoe a todos

Adriana Simões

No comments: